:: bolha de sabão ::

... rascunho, bloco de notas, palavras para as paredes

31.1.02


Desejo pós-se-foder-na-reunião-da-gerência: um chalé de frente pro mar, uma água de coco e um moço bem lindo e apaixonado.


Trabalhar é difícil....


A Dani do Mundo Perfeito citou a seguinte frase do Millor:
"Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

Eu discordo totalmente. A imprensa nasceu para contentar os donos do dinheiro. Sempre atendeu e ainda atende os interesses dos capitalistas. É o papel que embrulha o peixe podre do dinheiro. É só romantismo pensar em imprensa livre. Dê-me algo verdadeiro para o futuro.

30.1.02




Take the Which Radiohead Album are you? Quiz.


Triângulo é mesmo um conto surpreendente e muito bem escrito. Vale o livro.

29.1.02


Engraçado como o Tuminha está sempre no centro dos grandes casos policiais, mesmo na seccional de Taboão da Serra.

28.1.02


Não estou conseguindo dar um fim nas coisas. Pendências na mesa. E o relógio não pára. Já são 16 horas, meu deus! Preciso produzir. Que péssimo...

25.1.02


Todos os diagnósticos, análises e opiniões sobre a desmedida violência levam a um lugar: o narcotráfico.
O que lembra que a droga é uma das commodities mais valorizadas do mercado. Há uma gigantesca demanda social da droga. Na sociedade da escravidão ao trabalho, é preciso do torpor.

Ando tão imersa na literatura que mal tenho conseguido pensar no cotidiano. Na morte, na violência, na estupidez da mídia. Ontem chegou pra mim a reedição do Cartas a um Jovem Poeta, do Rilke. E me transportei no tempo, direto para os 16 anos, e para a sensação contraditória e simultânea de que não havia futuro naquele mar de possibilidades.

"Ah, mas que significam os versos, quando os escrevemos cedo! Devia-se esperar acumular sentido e doçura durante toda a vida, e então, só no fim, talvez se pudessem escrever dez versos que fossem bons. (...) E também não é ainda bastante ter recordações. É preciso saber esquecê-las quando são muitas, e é preciso ter a grande paciência de esperar que elas regressem."
Rilke

Cupid Come

Cupid come from coffee cup
Sickly heavy heart
Semi-set adrift in your
Lifted sugar eye
Come back down I'm waiting here
And lick me with your fire
Connected silver tongues
Our lips beside

Everytime I look at you
Pins me to the ground
Mirror me your memories please
And let me help you down
Swallow me into your bed
With glimpses of your thighs
Forget your vanity
Come cupid come

23.1.02



Hey, estréia hoje o

PROJETO PROPOSTA

com os DJs Serginho e Marcelo Negromonte, no Stardust.

Eu vou!

21.1.02


"...Um orgasmo. Um milk-shake. Um amor eterno. Qual a diferença? Talvez o preço. Mas meus amigos estão errados. O amor não é medíocre. Stendhal disse que a arte é uma promessa de felicidade. O amor é a suspensão da mediocridade. O amor ilumina com a força doentia de um sol negro. O amor é a propalada redenção de que a religião é risível expectativa. O açougueiro amoroso corta melhores bifes. O marceneiro constrói melhores móveis. E um assassino assassina por amor com fluidez de baile. Ontem meu filho mais novo perguntou – ‘por que você e mamãe brigam tanto?’. Imaginei responder-lhe que entre dois amantes há distâncias a percorrer. Há ensimesmamentos de aço. Há silêncios cuja cor é esmeralda. Mas não. Disse apenas que não estávamos nos entendendo. Era verdade. Mas não toda a verdade. O que me atraía nela? Seu sorriso desmaiado de tristeza? Sua indefinição? O jeito como repartia o cabelo? As roupas tomadas de emprestado da mãe e que saíam mais largas? Nossas conversas sobre filosofia? Política? Religião? Conversas que me elaboraram uma cumplicidade e um sentido de pertencimento em que minha ânsia aplicou o rótulo – ‘amor’. O que haverá de verdade neste sentimento? Neste corpo frágil que suspira na foto? Esta moça que sorri no vídeo? Que cumprimenta no cartão? O que me une a alguém senão o em que a percebo de mim?...
A íntegra em Evasão de Privacidade

19.1.02




Which Internal Organ are you? Find out at willaston's lounge!




Ontem, conheci a sra H.H.



"A idéia de Deus é o único erro que não posso perdoar aos homens"
Diálogo entre um Padre e um Moribundo, Marquês de Sade

:: e a resenha do livro, por Bernardo Carvalho

17.1.02

FUN

Lavi, também adorei o seu Spank the Monkey, hehehe....

16.1.02

Hoje eu descobri que tenho flashback de stress. Tudo por causa de uma certa empresa provedora de soluções web. Mas, ainda bem, passou logo :)


Descobri ontem que o Chico fez "Com Açúcar, Com Afeto", para a Nara Leão, que sempre gostou de canções que falam da mulher que fica em casa, chorosa, enquanto o homem vai pra rua, como Camisa Amarela, Meu Moreno fez Bobagem etc.
Eu também gosto dessas canções.

"Quando a noite enfim lhe cansa
Você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão
Qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida
Diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado
Maltrapilho e maltratado
Ainda quis me aborrecer
Qual o quê
Logo vou esquentar seu prato
Dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você"




14.1.02


Admito: não consigo parar de ler dona H.
E os poemas? E os poemas?

"De luas, desatino e aguaceiro
Todas as noites que não foram tuas."


não compreendo o olho, e tento chegar perto.
Também não compreendo o corpo, essa armadilha, nem a sangrenta lógica dos dias, nem os rostos que me olham nesta vila onde moro, o que é casa, conceito, o que são pernas, o que é ir e vir, para onde Ehud, o que são essas senhoras velhas, os ganidos da infância, os homens curvos, o que pensam de sim mesmos os tolos, as crianças, o que é pensar, o que é nítido, sonoro, o que é som, trinado, urro, grito, o que é asa hen? Lixo as unhas no escuro, escuto, estou encostada à parede no vão da escada, escuto-me a mim mesma, há uns vivos lá dentro além da palavra, expressam-se mas não compreendo, pulsam, respiram, há um código no centro, um grande umbigo, dilata-se, tenta falar comigo, espio-me curvada, winds flowers astonished birds, my name is Hillé, mein name madame D, Ehud is my husband, mio marito, mi hombre, o que é um homem?

[a obscena senhora D - HH]

10.1.02




MUPPETS - ART GALLERY

Mulheres e cerveja

É realmente a coisa mais abjeta da TV a enxurrada de comerciais de cerveja com gostosas de plástico. Coisificação é pouco. E o pior é que a mulherada, ao que parece, faz fila para ser a nova "musa" da cevada. Realmente, publicitários não gostam de pessoas, procuram mesmo pedaços de pizza e garrafas de cerveja. Tomara que todos morram com um barrigão de nove meses, bem nojento, e que seus relacionamentos com as mulheres não durem mais do que o tempo de matar um barril de chopp. :P


Oba! Vou conhecer a Casa do Sol.

9.1.02



Gostei da Melys. Ouvi a Peel Session inteira e achei todas as músicas da banda boas.


7.1.02



Hilda Hilst
Quando era criança, queria ser santa. Hoje, fala com os mortos. Foi libertária e boêmia nos anos 50. Já escritora, tentou transar com o Marlon Brando, namorou o Dean Martin e passava férias em Biarritz, na França. Aí, leu o livro Carta a El Greco, de Nikos Kazantzakis, e se isolou do mundo num sítio em Campinas. "Foi um chamamento", ela disse. Renunciou ao glamour da vida mundana, de que ela havia se fartado, pelo seu oposto. Escreveu tantas coisas! São mais de 20 livros. Fala de sexo de um jeito de deixar Sabbath pasmo e extasiado. E fala de Deus. ("O meu trânsito sempre foi entre o divino e o humano. Queria ficar 'livre' nesse trânsito. Acho que isso deve ser o pecado, poder transitar entre e o humano e o divino."). Teve um pai esquizofrênico, que só conheceu quando tinhas uns 20 anos. E ele a confundia com a mãe e pedia "três noites de amor". Escritor, rico e esquizofrênico. Por causa da doença do pai, decidiu não ter filhos. Mora com 60 cachorros e umas centenas de livros.

Sou eu esta mulher que anda comigo...?
Sonetos que não são




6.1.02

Eu escrevi num email outro dia que a adolescência não vai embora nunca. Mas a cada dia fica mais encolhida num cantinho. Agora, é a vez de uma outra coisa tomar conta da casa. O que será?

5.1.02



"O modelo foi o das caixas chinesas. Você abre uma caixa e encontra outra. Assim sucessivamente até chegar ao coração do romance, que é a história das irmãs Iris e Laura Chase. Todas as histórias se complementam, como em uma grande colagem formada pela sobreposição de vários níveis."
Entrevista de Atwood ao El País, hoje na folha



Comecei a ler O Assassino Cego, de Margaret Atwood. As primeiras 50 páginas já são surpreendentes - e o romance tem quase 500. É absurdamente bom quando vc se depara com alguém experimentando as formas da narrativa. O livro faz um looping. É um romance centrado em duas irmãs. Uma morre e deixa um romance pronto, chamado Assassino Cego - mesmo título do livro de Atwood. E o livro dentro do livro conta o caso de amor entre uma mulher e um escritor de ficção científica, que por sua vez, narra uma história em capítulos, como uma espécie de Sherazade, simplesmente como pretexto para marcar novos encontros amorosos. Em mais uma quebra, ela intercala textos em formato notícia sobre a morte da autora do romance dentro do romance.

Aquele humor um tanto sombrio já passou. Não fazia mais sentido ficar por aqui no template. Troquei por outra capa de single: Playground Love, do Air. Gostou?

4.1.02

Trovas de amor para um amado senhor


Nave

Ave

Moinho

E tudo mais serei

Para que seja leve

Meu passo

Em vosso caminho.





(hilda hilst)

3.1.02


Em certa altura, chegou ao limite
das terras até onde se aventurara sozinho.
Dali para diante começava o planeta
Marte, efeito literário de que ele não tem
responsabilidade, mas com que a liberdade
do autor acha poder hoje aconchegar a frase.
Dali para diante, para o nosso menino,
será só uma pergunta sem literatura:
"Vou ou não vou?" E foi.

A Maior Flor do Mundo
Saramago


2002 chegou bem.