:: bolha de sabão ::

... rascunho, bloco de notas, palavras para as paredes

29.8.02


Oh! Ele saiu do Blur! Agora acabou toda a graça da banda....

update:
É mentira. Mas a pergunta é: até quando?

Pq eu apoio Graham Coxom - Gorillaz é chato demais!

28.8.02

Meu CD Player anda a coisa mais esquizofrênica da face da Terra. Depois de dois dias ininterruptos de Nirvana, a boa de hoje é Madredeus Electronico. Meu lado "adulto contemporâneo" agradece.

PS: O CD é "remisturado"

Damon & Naomi são uma banda em que o homem faz a voz aguda e a mulher, a grave. Eles não usam qualquer instrumento de percussão: só violão, contra-baixo, uma sanfona estranha e um guitarrista convidade. O japonês, aliás, cativou minha simpatia.

26.8.02


:: how jedi are you? ::




Você é "O sétimo selo" de Ingmar Bergman. Você é intelectual, preocupado com ocultismos. E além de tudo é um mistério!!

Faça você também Que
bom filme é você?
Uma criação deO
Mundo Insano da Abyssinia

25.8.02


Finalmente li Kurt Cobain - Fragmentos de Uma Autobiografia, do Marcelo Orozco. E gostei bem. Ouvi todos os meus discos do Nirvana lendo o livro, o que é uma atividade muitíssimo prazerosa :-) Fora a música, da qual eu realmente gosto -e não acho ruim a sensação de que as melhores músicas do Nirvana se repetem, são repetições de um mesmo tema-, achei o livro muito bom, bem escrito (odeio usar essa expressão, afinal, não significa nada). Mas o cara montou o projeto de um jeito completo, eficaz. É um bando de informação, tem cronologia, tem um texto introdutório a cada disco, tem todas as letras, menciona onde e quando foram gravadas, e enfim, faz interpretações, seja explicando referências, seja ligando os versos a dados biográficos de Cobain, seja levantando hipóteses. É claro, sendo um pouco chata, que dá para fazer uma crítica aqui, outra ali, como no texto sobre "Been a Son", ou a sugestão de que "Aneurysm" fala de outra coisa que não drogas. É interessante também ver como ele fez um livro diferente do Heavier than Heaven. É claro que o americano entrevistou 400 pessoas, teve acesso a coisas que o Cabela nem pode chegar perto. Mas fez um biografia em estilo clássico, com todos os problemas que isso traz, incluindo um texto grandiloqüente, americano até os ossos. Ultima coisa: o livro é "filhinho" do Revolution in the Head, que faz esse comentário informativo com todas as músicas dos Beatles e é muito massa.

23.8.02

Baba, bofe!

Quanto ao VMB, o melhor foi mesmo Kelly Key e Textículos de Mary juntos. Reunião das cachorra é isso aí.


Fazia tempo que eu não via coisa mais anacrônica e patética que essa reunião Caetano Veloso e Jorge Mautner. Assinatura de próprio punho do decreto de morte artística. Um retrato do que era moderno há 34, 40 anos e hoje não faz o menor sentido. Dois supostos intelectuais unindo as duas pontas do popular (o "de raiz" e o "de massa") e se achando geniais por isso é a coisa mais tropicalista do mundo e só mostra o quanto ambos estão descolados da realidade e fora do tempo. Se ainda fosse uma reinterpretação de sucesso do passado, poderia-se dizer que é nostalgia - do que quase ninguém escapa, afinal. Mas embrulhar aquela múmia em super-produção videoclíptica é mesmo o fim da picada. Vão ouvir Tom Zé, vai...

22.8.02



Homem que é Homem Não Dança - romance de Norman Mailer na tradução de Alves Calado (nunca ouvi falar). Aliás, não me importo muito de ler traduções, apesar de preferir os americanos (mais fáceis de ler) em inglês - tem muito de Memento. O livro é de 1984 e o protagonista não sofre de nenhuma síndrome absurda: perde a memória dos acontecimentos por causa da bebedeira mesmo. É escritor, mas passa a investigar um crime que não tem certeza se ele mesmo cometeu. A ligação com o filme está no mesmo "andar às cegas" que (des)norteia ambos protagonistas. E também no livro o flashback reconstrói a história aos pedacinhos, desenrola como que do fim para chegar lá ao centro nervoso.

19.8.02


Hoje o bate-papo no almoço foi sobre traição. E a questão era: você trai com atos ou a mera vontade, a simples intenção, o desejo instintivo já configuram uma traição? A melhor cena para representar esse problema eu li em As Brasas, do Sándor Marai. Dois amigos, que são como irmãos, vão para uma caçada. Um é o soldado nato, caçador experiente, homem rico, casado com uma linda mulher. O outro é sensível, admira Chopin, tem posses bem menos expressivas que o primeiro e é apaixonado pela mulher do amigo. Num momento crucial, o primeiro sente a arma do outro apontada para si. Sabe que está na mira, que virou caça, que poderia ser eliminado ali mesmo. Mas o segundo não tem coragem, abaixa a arma e some no mundo.

E uma citação:

"Nós não podemos amar, filho. O amor é a mais carnal das ilusões. Amar é possuir, escuta. E o que possui quem ama? O corpo? Para o possuir seria preciso tornar nossa a sua matéria, comê-lo, inclui-lo em nós... E essa impossibilidade seria temporária porque o nosso próprio corpo passa e se transforma, porque nós não possuímos o nosso corpo (possuímos apenas a nossa sensação dele), e porque, uma vez possuído esse corpo amado, tornar-se-ia nosso, deixaria de ser outro, e o amor, por isso, com o desaparecimento do outro ente, desapareceria..."
Livro do Desassossego

GERAÇÃO BANCARROTA

Tenho desde sempre uma profunda aversão pelo culto a uma idéia muito aceita que mistura "alta cultura, originalidade e bom gosto" e se opõe a tudo o que é pop, pobre, não-virtuoso, cru, radical. Uma superioridade intelectual que se coloca contra a degeneração dos produtos culturais de massa, mas jamais aceita posar de elitista que é. Jamais assume o quanto segrega, porque toma para si um discurso quase assistencialista de última defensora da cultura real, como se fizesse um bem para a plebe pobre e ignora a quem é proibido o acesso a essa cultura - não por causa dessa elite, mas pela podre indústria cultural {controlada por quem mesmo?}. Acusa como que para esconder debaixo do tapete sua participação e responsabilidade.

Como a imensa maioria das pessoas -inclusive as que têm faculdade-, não tive acesso a uma formação cultural burguesa daquelas que pressupõe uma biblioteca em casa, música clássica, educação para as artes plásticas etc etc. Mas sempre fui profundamente atraída pelas coisas que não conheço. Assim, apesar de abominar alguns filhotes dessa idéia, como a revista Bravo! (que, repito, além de tudo é paga com o dinheiro do ministério da cultura), sempre me interessei pela figura do intelectual e procurei entender os códigos da cultura daqueles que dominam o mundo. Lendo o Mais! deste fim de semana, sobre a Geração H, não encontrei os “acusadores”, mas me deparei com a outra forma de lidar com o assunto: o vazio, o paternalismo, a discussão infecunda sobre o “acesso” ao discurso. Tudo vira uma enorme especulação repleta de jargão que sequer faz perguntas.

Já no texto do Robert Kurz (que ganha a minha aquiescência mesmo que eu não o entenda completamente), há duas menções sobre cultura que parecem mais interessantes, inquietantes e verdadeiras do que todo o blá-blá-blá sobre o rap:

"Apesar de todos os antigos ressentimentos em relação aos EUA, o mundo da economia de mercado, que veio a ser dependente do 'capital fictício', sabe o que lhe vale a última potência mundial. Isso se aplica, não por último, à cultura pós-moderna, que representa teórica e artisticamente o capitalismo de bolhas financeiras e que, por isso, encontrou seu verdadeiro lar nos EUA, embora fosse na origem uma criação francesa. O culto pós-moderno da ambivalência, da virtualidade e do "trabalho imaterial" se apaixonou pelo imperialismo norte-americano (...) Mesmo em suas variantes pseudo-oposicionistas, a consciência virtualizada dos consumdiores frenéticos de mecadorias pressente que sua própria forma de sujeito tem a ver com a pseudo-economia dos EUA."

"Atualmente os boêmios 'star up' dos setores declinantes da internet, da telefonia e da mídia, pessoas de 25 a 40 anos sofrendo de total perda de realidade, continuam a consumir nos EUA e no mundo ocidental inteiro como se nada tivesse acontecido. Mas a 'geração bancarrota' logo terá esgotado absolutamente suas linhas de crédito e aterrissará de maneira abrupta no chão duro dos fatos"



Três obrigadas para a Dani pelo header novo
Lindo, lindo, lindo

16.8.02







I'm spiritual Madonna, who are you? Madonna Quiz by Turi.


Sex and The City, os testes!

http://quiz.ivillage.com/astrology/tests/sexandthecity.htm


http://www.hbo.com/gl/quiz1.swf

14.8.02


Sim, Fábio Jr. está lançando um CD Acústico, reunindo seus hits românticos dos últimos 25 anos. E eu, é claro, tenho de resenhar o CD. Pesquisando (sem sucesso) para descobrir a idade do mancebo, não é que me deparo com um texto sobre Cabocla! Eu amava essa novela! Passou em 79, eu era uma criancinha, mas adorava Luís Jerônimo, doente de pneumonia, totalmente pálido, que vai para a fazenda tentar se curar e acaba se apaixonando pela Cabocla Glória Pires. Ultra-romântico

11.8.02

Steve Martin lançou um livro, A Balconista. Mulher solitária de 28 anos, muito elegante (apesar de pobre), depressiva e talentosa é balconista do setor de luvas da Neiman Marcus. Sua vida insossa só muda quando dois homens passam a participar dela. Mirabelle, a protagonista de Martin, poderia participar do mesmo clube de Amelie Poulain (a insossa francesa do filme de roteiro fraco que só por causa da beleza de Paris conquistou muitos admiradores) e ao da mulher que inspirou "Another Day" de Paul MacCartney. Mas a letra do beatle é a única que ainda escapa do final feliz - e talvez por isso seja a menos contaminada pela lógica bela-adormecidiana. Por que isso não passa de lógica bela-adormecidiana. São mulheres em estado de semi-catalepsia cuja única maneira de despertar para a vida é através do sexo com um homem. A essas mulheres não são permitidas questões existenciais além da cama. Note-se que não há amigos nem família para elas. Não há trabalho criativo, obra de arte ou artesanto. Sua chance é um homem redentor que, qual um deus, é o único capaz de produzir sentido.

"Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde ela me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cómodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero."
Livro do Desassossego

1.8.02

Porque Te Vas

Hoy en mi ventana brilla el sol
el corazón se pone triste contemplando la ciudad
Porque te vas
Como cada noche desperté pensando en ti
en mi reloj todas las horas vi passar
Porque te vas
Todas las promessas de mi amor se irán contigo
Me olvidaras, me olvidaras
Junto a la estación lloraré igual que un niño
Porque te vas, porque te vas
Bajo la penumbra de un farol se dormirán
Todas las cosas que quedaron por decir se dormirán
Junto a las manillas de un reloj despejarán
Todas las horas que quedaron por vivir esperarán

Alguém lembra onde mais tocava essa música, além do Cria Cuervos??? (Eu jurava que era trilha de Chispita, hehe)

A versão original, com Jeanette, está aqui, em MP3