:: bolha de sabão ::

... rascunho, bloco de notas, palavras para as paredes

27.2.03

O livro do Alfredo Bosi é de 88. Essa é uma reedição, pela 34, "acrescida de novos ensaios". De cara, caí no texto sobre A Máquina do Mundo, do Drummond. Começa anunciando que "o primeiro contato com a máquina do mundo convida a uma leitura metafísica". A construção é clara ao mostrar que essa leitura não será a tese do ensaio, que o autor irá além. Fará uma segunda e uma terceira e uma síntese repleta de camadas. Faz a análise da estrutura do poema, escrito em forma de "uma linha narrativa". "O tema do desencontro entre o sujeito e o Universo não é tratado liricamente, sob as espécies de uma linguagem sintética, centrada tão-só na aparição e na nomeação de suas figuras. Ao contrário, o que temos é uma cadeia de situações existênciais. Uma seqüência no tempo e no espaço, que é necessário pontuar e palmilhar". E aí, ele nos pega pela mão e faz todo o caminho do poema como símbolo e como alegoria.


"A palavra que eu leio (lego: colho), na sua ingrata renitência sobre a página do livro, desafia-me como a pergunta da Esfinge. A resposta pode variar ao infinito, mas o enigma é sempre o mesmo: o que quero dizer?
Ler é colher tudo quanto vem escrito. Mas interpretar é eleger (ex-legere: escolher), na messe das possibilidades semânticas, apenas aquelas que se movem no encalço da questão crucial: o que o texto quer dizer?
Não foi por acaso que o uso consagrou um verbo tão forte e tão incisivo: querer dizer. É como se a linguagem atribuísse à matriz do discurso uma potência simbolizante, uma vontade, imensa e difusa na zona pré-consciente dos seres, e que, apesar de sua força incoercível, não dispusesse de uma forma automática, capaz de transmiti-la, sem sombras nem dúvidas, aos homens e à sociedade.
Entre o querer dizer e o texto ultimado há a distância que separa (e afinal, une) o evento aberto e a forma que o encerra. A forma, nos casos de êxito, será o claro enigma que o poeta Carlos Drummond de Andrade escolheu como nome justo para a sua palavra."

A Interpretação da obra literária | em Céu, Inferno | Alfredo Bosi



Amanhã é meu último dia na SL. Ufa! Acabou. E agora? Agora começa tudo de novo, como eu sempre acabo fazendo. Um, dois, três, bum!

Dani, obrigadíssima pelo header. Adorei :-)

21.2.03

Um bom livro de ficção pura tem um barato, uma potência da criação, do fazer literário, que os outros não têm. É uma alegria aquele negócio, é libertário para o ser humano em geral. E acho que todas essas modas, essas tentativas de fazer literatura agradável, vão reduzindo, ou desviando a atenção dessa potência que a literatura pode ter. Tudo bem que é para poucos.
Bernardo Carvalho fala sobre Nove Noites | Trópico

18.2.03

Aí em cima: Oriental Poppies - Georgia O'Keeffe



Clara, em nova biografia (mal-falada pelo NYT), e um site com a tradução de suas lieder

13.2.03

12.2.03

MOMENTO BEATLES DESCONTROL

(imagine a cítara, que fica muito mais legal)

Love You Too


Each day just goes so fast
I turn around - it's past
You don't get time to hang a sign on me

Love me while you can
Before I'm a dead old man

A lifetime is so short
A new one can't be bought
But what you've got means such a lot to me

Make love all day long
Make love singing songs

There's people standing round
Who screw you in the ground
They'll fill your head with all the things you see

I'll make love to you
If you want me to

11.2.03



What time period are you a Beatle from?



Which Beatle girl are you?


What Beatles' song are you?


Maitena - Superadas (veja em dibujos ou libros) é o melhor.



LANÇAMENTO: 17 de fevereiro, a partir das 18h30, na Livraria Cultura

8.2.03


17. SUI
SEGUIR

Acima: TUI, A ALEGRIA, LAGO.
Abaixo: CHÊN, O INCITAR, TROVÃO.


Nove na quinta posição significa:
Sincero no bem. Boa fortuna.

Todo homem precisa ter algo a que seguir, algo que lhe sirva de guia. Aquele que segue com convicção a beleza e a bondade deve sentir-se fortalecido por estas palavras.

O Luna Parque

Eu julgava que aquilo era
um Luna Parque
saía-se como se entrava
e não acontecia nada irreversível durante
é o que é um Luna Parque
quando se é adolescente
mas não
quando dei por mim
já lá estava dentro
e não me lembrava
de ter entrado
quando disse agora quero-me
ir embora
riram-se ah minha rica
deste Luna Parque não se sai
quem cá vem não volta
não se volta atrás
então comecei a pensar
que ia passar o resto dos meus dias
no Luna Parque
acabas por aprender vais ver
a fazer das tripas coração
habituas-te vais ver
nos primeiros tempos dói
dá vontade de vomitar
depois percebe-se que
no Luna Parque que é
um sítio triste
pode não se ser triste
sai muito caro
mas poder pode-se

(Adília Lopes, "Um jogo bastante perigoso", 1985)



5.2.03

Sobre os prazeres de usar xampu - 05/02/2003
Marcelo Coelho - FSP

3.2.03




click here to find out which Beatle are you!!

You are French
You are a Parisian.


What's your Inner European?
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